Os primeiros passos
O marco inicial dos consoles portáteis modernos foi o Game Boy, lançado pela Nintendo em 1989. Com sua tela monocromática e uma biblioteca de jogos que incluía clássicos como Tetris e Pokémon, o aparelho se tornou um fenômeno global, vendendo mais de 118 milhões de unidades (somando todas as versões).
Antes dele, já existiam experimentos, como o Microvision (1979), considerado o primeiro portátil com cartuchos intercambiáveis. Apesar de limitado, abriu caminho para a popularização dessa categoria de consoles.
A ascensão e a competição
Nos anos 1990 e 2000, várias empresas tentaram competir com a Nintendo. O Game Gear (SEGA) oferecia tela colorida, mas sofria com alto consumo de pilhas. O Atari Lynx também inovou com gráficos avançados, mas não alcançou grande público.
Em 2004, a Sony lançou o PlayStation Portable (PSP), que impressionou pela qualidade gráfica e capacidade multimídia, vendendo mais de 80 milhões de unidades ao longo de sua vida útil. A Nintendo respondeu com o Nintendo DS, que trouxe telas duplas e toque, revolucionando a jogabilidade portátil.
Consoles híbridos e a era moderna
Mais recentemente, o conceito de portátil evoluiu. O Nintendo Switch, lançado em 2017, uniu console de mesa e portátil, consolidando o modelo híbrido. Outros atores do mercado se concentraram em oferecer experiência de PC em formato portátil — destaque para o Steam Deck (Valve), que popularizou a ideia de levar bibliotecas de jogos de PC para a mão do jogador.
Além do Steam Deck, dispositivos como o ASUS ROG Ally e o Lenovo Legion Go mostram que há espaço para hardware potente no segmento portátil, com foco em títulos triple-A e emular capacidades de desktop.
Impacto cultural
Os portáteis fizeram muito mais do que divertir: democratizaram o acesso aos videogames, criaram hábitos sociais (partidas locais em ônibus, trens, praças) e serviram como porta de entrada para muitos jogadores. Para gerações que cresceram com um dispositivo na mão, a experiência portátil foi o primeiro contato com mundos interativos.
Além disso, os portáteis influenciaram o design de jogos — experiências curtas, sistemas de progressão simples e a ênfase em sessões rápidas foram pensadas para encaixar em deslocamentos e intervalos breves do dia a dia.
O futuro
Com o avanço do cloud gaming, integração com bibliotecas digitais e hardware cada vez mais potente, os portáteis tendem a se tornar ainda mais versáteis. A convergência entre streaming de jogos e dispositivos híbridos pode significar menos dependência de hardware local e mais acesso a catálogos extensos em qualquer lugar com boa conexão.
Ao mesmo tempo, a competição com smartphones permanece — mas os dispositivos dedicados ainda oferecem controles físicos, ergonomia e bibliotecas otimizadas que mantêm seu apelo entre entusiastas.
Conclusão
Da nostalgia do Game Boy às máquinas híbridas e aos portáteis de alto desempenho atuais, o segmento provou ser resiliente e adaptável. Enquanto a tecnologia e as formas de distribuição evoluem, a ideia central permanece: permitir que o jogador leve experiências imersivas consigo — e que, por vezes, elas possam encaixar-se perfeitamente em um bolso.